Foi em 2009 que apareci pela primeira vez na televisão nacional a falar de poliamor – na RTP, no programa Sete Palmos de Testa. Inexperiência à parte, diria que a minha participação correu bem e foi positiva. (Pequena nota histórica: as aparições de poliamor na imprensa portuguesa começaram anos antes de eu sequer saber que “poliamor” existia, por outras pessoas, que por várias razões entretanto se afastaram das participações junto dos media.)
Desde então, e mesmo entretanto tendo eu resolvido fazer um hiato quase total de aparições nos media relacionadas com não-monogamias, já recebi directamente ou me pediram para retransmitir dezenas de pedidos de participação em reportagens, programas e afins. Invariavelmente (e o excesso da minha presença nos media a falar sobre poliamor deve-se a isso, e nada mais) xs jornalistas que me contactam acabam a expressar alguma frustração por não terem ninguém, ou quase ninguém, a ir ter com elxs para uma entrevista, fotografias, ou outras formas de participação.
Nesse sentido, e porque acho importante a visibilidade nos media, mas também acho importante a existência de um jornalismo socialmente responsável e crítico, gostaria de iniciar uma conversa sobre possíveis razões por detrás deste afastamento, e deixar dicas que poderão, creio, beneficiar tanto activistas como jornalistas. Estas dicas surgem muito a partir da minha experiência pessoal, que é tripla: como pessoa com formação em jornalismo, como professor de pessoas que querem trabalhar em jornalismo, e como pessoa frequentemente entrevistada por jornalistas. Estas dicas são feitas com jornalistas em mente enquanto público-alvo, e são também pensadas como sugestões úteis, e não apenas críticas de “mau jornalismo”. (Para quem quiser dicas sobre como falar com os media, tem aqui um excelente resumo, em inglês.) Quem quiser enviar mais sugestões, críticas ou correcções, poderá fazê-lo para danielscardoso [at] gmail [.] com
Em virtude da ligação entre este post e a minha experiência pessoal, a maioria dos exemplos revolve em torno das não-monogamias. No entanto, creio que várias das alíneas podem ser adaptadas para questões LGBTQIA+/MOGAI, sobre racismo, sobre discriminação de género, entre outros elementos.
Não vejo este texto como o fim – espero que seja o princípio de uma maior conversa sobre culturas do jornalismo, sobre responsabilidade social, sobre como trabalhar em conjunto com, e não contra. Por favor – mandem as vossas sugestões para melhorar e apurar este texto. Obrigado.
Foi publicado a 1 de Novembro uma entrevista comigo e com a Rosinha, na revista Domingo do Correio da Manhã. Comprem e leiam!
Read MoreSaiu recentemente um artigo na GQ sobre questões de género e sexualidade junto dxs jovens portugueses, onde surjo citado. Infelizmente, nem sempre é possível conseguir passar todos os detalhes que se pretendem e o trabalho de edição jornalística arrisca-se a mutilar algumas frases e a alterar o seu sentido. O excerto abaixo é um excelente […]
Read MoreFui entrevistado, junto com várias outras e outros colegas da academia e da prática clínica, para um artigo da Revista Expresso, assinado por Bernardo Mendonça, sobre diferenças e incompatibilidades do desejo sexual. O artigo pode ser acedido, em pdf, aqui.
Read MorePassou no dia 12/2/2015 uma reportagem na TSF sobre BDSM em que contribuí com um pequeno comentário no contexto do estudo “Sexual Satisfaction and Distress in Sexual Functioning in a Sample of the BDSM Community“.
Read MoreSaiu no dia 21 de Fevereiro uma notícia no Correio da Manhã que aborda a investigação levada a cabo por uma equipa portuguesa multidisciplinar, composta por Patrícia Pascoal, Rui Henriques, e eu mesmo. O estudo foi publicado no princípio desta semana, no The Journal of Sexual Medicine, e o resumo pode ser consultado aqui.
Quem quiser ler o artigo publicado no Correio da Manhã, pode aceder a uma cópia em pdf aqui.
No dia anterior tinha também saído uma curta informação sobre o estudo, na mesma publicação, mas onde se afirmava incorrectamente que as pessoas tinham, em contexto de práticas BDSM, mais prazer do que em contexto não-BDSM.
After his keynote speech, I had the pleasure of interviewing Christian Fuchs (along with Karl Marx, puppet-version). Check the whole interview here! Or check out the video below!
Read MorePubliquei uma crónica no P3, dia 14 de Janeiro, sobre as reacções ao atentado terrorista de Paris de dia 7 de Janeiro. Leiam aqui. Tantos Charlies, tão pouca liberdade Enquanto estamos ocupados a querer ser Charlie e a lutar por uma suposta liberdade de expressão, os principais governos ocidentais apressam-se a ajudar nessa luta – […]
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