A convite do Prof. Dr. Pedro Pereira Neto, dinamizei uma aula de Media e Opinião Pública no dia 29 de Novembro de 2016, no ISCTE.
Com a análise de vários elementos da cultura pop - nomeadamente de Sia - mas também com alterações jurídicas recentes do Reino Unido sobre restrições online no acesso à pornografia, esta aula procurou reflectir sobre a criação de categorias mediáticas enquanto forma de exercer poder social sobre minorias.
Áudio
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Abstract
A partir de uma caracterização geral da discussão acerca do que ficou conhecido, em Portugal, como a "Lei do Piropo", esta apresentação tem como objectivo reflectir criticamente acerca das implicações subentendidas por detrás da ideia de "liberdade de expressão". Através da ideia da masculinidade normativa como algo frágil e constantemente a necessitar de uma performance que tem o máximo de impacto possível, será pensado o papel do silêncio, e a assimetria genderizada associada à defesa da "liberdade de expressão" como sendo a defesa de um silêncio que tranquiliza a faceta ansiogénica da masculinidade - o default masculino como significante omnipresente e portanto de nomeação dispensável.
Áudio
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Apresentado em: Congresso Internacional 'Mulheres, Cidadania e Direito de Voto'. 21-22 de Novembro. Lisboa
Abstract
A cidadania íntima (Plummer, 1994) é uma faceta emergente do mais vasto campo da cidadania política entendida no seu sentido clássico. Em Portugal, apesar dos vários e importantes avanços (legislativos e sociais) nesta área, ainda muito está por fazer (Cascais, 2006; Santos, 2013a, 2013b). Os jovens, em particular, sofrem de uma “cidadania difícil” ao nível de questões de género e sexualidade (Robinson, 2012). Não obstante, a internet tem sido importante em fazer emergir novas narrativas, e criar espaços de visibilidade e discussão política (Policarpo, 2011).
Neste contexto, e a partir de onze entrevistas feitas a jovens entre os 17 e os 20 anos sobre as suas experiências do uso de novos media no contexto das suas vidas íntimas e sexuais, lidas através de Análise Foucauldiana de Discurso (Jäger & Maier, 2010), esta apresentação explora os diferentes posicionamentos face à participação cívica – online e presencial – sobre questões LGBT e de género. Fá-lo tomando como referência o conceito de subactivismo (Bakardjieva, 2009) e de activismo (Della Porta & Diani, 2006), procurando explorar actividades que vão para além da participação em actos políticos formais, e entendendo o activismo enquanto uma identidade negociada. Mostrar-se-á como questões de género, privilégio socioeconómico e de orientação sexual – em intersecção – são fundamentais para entender a participação cívica enquanto um jogo de (des)identificações e (des)responsabilizações que convocam uma governamentalidade de si e dos outros (Foucault, 2000, 2002).
Como tem sido tradição, o Prof. Dr. Jorge Rosa convida-me, todos os anos, para leccionar uma aula no seu seminário de Cibercultura, do Mestrado em Ciências da Comunicação (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - UNL).
O tema é o mesmo - o cyborg -, mas os conteúdos vão-se alterando e adaptando. Na minha abordagem, cruzo a figura do cyborg com a teoria queer, através do dildo, rematando com a ligação entre todas estas coisas e as micro-narrativas da cidadania da intimidade. Este ano a tónica foi colocada no questionar da suposta separação entre corpo e máquina, e nos desafios epistémicos e metodológicos que isso levanta, bem como nas possibilidades políticas e de resistência que se configuram.
Durante a aula são mostrados excertos dos filmes The Matrix, eXistenZ, Crash Pad e da série de animação japonesa Serial Experiments Lain.
Gravação da aula
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Série de aulas de Cibercultura